Personagem comum tanto no escândalo do Banestado quanto
na Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef conseguiu se safar e firmar acordo de
delação premiada nas duas ocasiões, coincidentemente ambas foram autorizadas
pelo ex-juiz Sérgio Moro.
Estranhamente nos casos julgados por Moro, o doleiro
saiu-se muito bem e sempre com boa parte do que surrupiou dos cofres públicos.
Caso Banestado: Moro atuava na 2ª Vara Criminal da
Justiça Federal em Curitiba, especializada no Paraná em julgar casos de lavagem
de dinheiro em 2003 quando estourou o escândalo do Banestado, o processo e as
investigações chegaram na cúpula tucana, Moro encerrou o caso Banestado e Alberto
Youssef foi “preso” no fim de 2003.
À época, Youssef e o Ministério Público Federal (MPF)
inauguraram um tipo de acordo que ficaria ainda famoso no Brasil anos depois: a
colaboração premiada. Na tratativa, ele se comprometia a não cometer novos
crimes, o que não aconteceu e em troca denunciaria o esquema e ficaria com 45%
do valor que desviou.
Ao longo de toda investigação do Banestado, foram
firmados mais de 20 acordos de colaboração que acabou com Youssef livre e com a
dinheirama, mas estranhamente Sérgio Moro e sua equipe continuaram de olho no
doleiro, visto que ele poderia ser útil no futuro, estranho né?
Em 2014 doleiro voltou à prisão, agora pelo novo esquema.
Youssef recebia o dinheiro desviado de contratos com a Petrobras e era o
responsável por levá-lo a paraísos fiscais e “lavá-lo” no Brasil.
Então surgiu a tal lava jato que condenaria Youssef a 122
anos de prisão, e pagamento de R$ 50 milhões em multas, ele firmou acordo com o
juiz Sérgio Moro e conseguiu autorização para cumprir a pena em liberdade após
supostamente ter passado quase três anos encarcerado.
Em troca, Youssef delatou todos aqueles que sabia estarem
envolvidos em transações ilegais com a estatal. Novamente, as revelações de
Youssef foram fundamentais para se iniciar um esquema de perseguição política,
claro sem tocar em membros do PSDB.
Ele indicou, por exemplo, o envolvimento do ex-presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e dos ex-ministros Antônio
Palocci (PT) e José Dirceu (PT).
O absurdo estaria por vir mais adiante, Sérgio Moro
reverteu a pena de Youssef para 03 anos e 6 meses, como supostamente o mesmo
havia ficado 03 anos preso, o mesmo cumpriria mais 6 meses de prisão domiciliar
e ficou livre com a justiça, achou pouco? Sabe os 50 milhões de pagamento em
multas, foram revertidos em 500 mil e Youssef pode ficar com o restante.
Texto e Edição: Selena Martines
Informações Jornal O povo
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