O escândalo envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ganhou um novo capitulo e confirma a gravidade dos fatos, a própria advogada do senador Flávio Bolsonaro confirma a existência dos relatórios criados pelo órgão para auxiliar a defesa do filho do presifake, a repercussão foi imediata a ponto da ministra do STF, Carmem Lúcia pedir que a PGR investigue o caso.
Entenda o caso: Na semana passada a revista época trouxe a tona a existência de 2 relatórios produzidos para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro, filho do presifake, ocorre que isso configura crime, os envolvidos no caso negaram a existência dos relatórios, mas a advogada do senador quebrou o silêncio e confessou que os relatórios existem e que foram entregues a ela.
Fatos novos :A revista Época traz em sua reportagem de hoje que Luciana Pires recebeu o relatório, confirma que o material continha sugestões do presidente do órgão, Alexandre Ramagem.
A advogada alega que não utilizou o material: “Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele (Ramagem) está
sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo. Tem coisa que eu não tenho
controle”, afirmou a defensora.
Segundo Luciana Pires, os dois relatórios vieram da Abin,
com uma recomendação para que a defesa protocolasse uma petição na Receita
Federal. O objetivo era solicitar formalmente os documentos que embasassem a
suspeita de que o senador foi alvo de uma devassa ilegal por servidores do
Fisco.
Desde que veio a tona a existência dos relatórios da
Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o diretor da agência, Alexandre Ramagem e o ministro do
Gabinete de segurança institucional, Augusto Heleno, negam a existência dos
documentos e que eles tenham sido produzidos para ajudar a defesa do senador
Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) a embasar um pedido de anulação do caso
Fabrício Queiroz.
Abin paralela: Uma reportagem do The Intercept Brasil identificou que os relatório teriam sido produzido por uma espécie de Abin paralela.
Ocorre que não é de hoje que a existência de uma Abin paralela é apontada, já algum tempo se houve falar disso, sua primeira menção foi denunciada dentro da CPI das fake News
pela deputada Joice Hasselmann, "Houve uma
tentativa, no início, de que o Carlos tentou montar uma 'Abin paralela' para
que houvesse grampo de celular, dossiês feitos. E isso teria criado um atrito.
E o nome foi esse, uma Abin paralela". Na época a deputada afirmou
que o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) sabia da
iniciativa do vereador e que a indicação do diretor-geral da Abin, Alexandre
Ramagem Rodrigues, foi feita por Carlos Bolsonaro.
Vale ressaltar que na fatídica reunião ministerial do dia 22/04, o próprio Jair
Bolsonaro falou que que tem um "sistema particular" de informações,
até ali ninguém entendeu o que ele estava falando, mas, vendo agora o que está
acontecendo faz sentido as acusações da deputada e principalmente a possível existência
da Abin paralela, uma vez que o próprio presidente confessa.
Diretor da Abin entregou os relatórios a defesa: Agora a possibilidade de que os relatórios de fato existam fica ainda mais evidente quando a revista Crusóe informa que o responsável pelo envio dos relatórios a Flávio Bolsonaro e suas advogadas foi ninguém menos que o próprio Alexandre Ramagem, hoje diretor da Abin, ainda de acordo com a reportagem da revista, Ramagem enviou os os relatórios produzidos cladestinamente pela Abin, por meio do Whatsapp. Essa informação foi confirmada pela advogada do senador Flávio Bolsonaro, que nega ter usado o relatório, de acordo com a defensora, as orientações, vindas do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, estavam fora do alcance da defesa, por envolverem ações do Poder Executivo.
Mas a questão não se trata do fato da defesa ter ou não usado o relatório, mas sim, o fato do aparelhamento do estado por parte de Bolsonaro para defesa do filho, é um fato de extrema gravidade que fere o principio da impessoalidade e que se configura como crime de responsabilidade e civil.
STF manda investigar o caso: A descoberta desses fatos é de tamanha gravidade que a ministra Carmen Lúcia determinou na tarde de hoje que a PGR investigue a produção de relatórios da Abin para auxiliar a defesa de Flávio Bolsonaro, conforme informou o site Antagonista .
O site o Antagonista ressalta que a informação trazida pela Crusoé é de extrema importância e gravidade no momento em que o governo, sob os olhares do STF, mobiliza-se para tentar esvaziar a tese de que os relatórios foram confeccionados por um órgão de estado que, sem o menor pudor e de maneira clandestina, extrapolou os seus limites legais para atender a um pedido pessoal do presidente da República em benefício de seu filho enrolado na Justiça.
Partidos pedem caso: Após revelação de que foi Alexandre Ramagem quem enviou os relatórios clandestinos da Abin paralela para orientar a defesa de Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha, a Rede e o PSB decidiram apresentar uma nova petição na ação ao STF pedindo o afastamento do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e de outras pessoas que estariam envolvidas no crime.
Caso tudo seja comprovado é mega, ultra, super e hiper importante
que ninguém saia impune desse episódio, incluindo Jair Bolsonaro, para que os
governantes dessa nação entendam que não podem usar o estado ao seu bel prazer
e tão pouco que podem aparelhar as instituições para fins pessoais.
Texto: Pedro Oliveira
Edição: Ana Fernandes
Com informações: Revista Época, Site o Antagonista, Revista
Crusoé, Carta Capital, Folha de São Paulo, Cnn Brasil e Diário de Pernambuco
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