Não é de hoje que os EUA e a UE tem interesse em ver o fim dos BRICS, as novas sanções impostas a Rússia não tem o interesse de promover a paz e a tranquilidade no mundo, pelo contrário, ataca a nova ordem mundial e a construção de um novo cenário geo-político.
Líderes do Brics em 2015 foto: Roberto Stuckert |
Aceitar pacificamente as sanções impostas pelo impearilismo
americano em conluio com união europeia seria o mesmo que assinar uma sentença
de morte ao Brics, senão vejamos, hoje as 5 nações que compõe o bloco, são nações
em acensão mundial e suas economias não são mais insignificantes e tão pouco
podem ser substimadas, para se ter uma ideia o comércio entre os membros do
brics foi responsável por movimentar 23,1% do produto interno bruto mundial em
2015.
Para se ter noção da importância geo-política do Brics
é necessário entender que entre 2006 e 2015, o comércio entre os países do
BRICS cresceu 163%. Isso representa, em cifras, um salto de US$ 93 para 244
bilhões.
Como essas sanções afetaria a economia brasileira.
Além disso vale ressaltar que em 2018 o então ministro da Indústria.Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, afirmou que de janeiro a
junho daquele ano, o Brasil exportou US$ 33,1 bilhões para Rússia, Índia, China
e África do Sul. E ressaltou que houve um crescimento de 5,4% em relação ao
mesmo período do ano anterior, quando a venda para esses países somou US$ 31,4
bilhões. As importações somaram, neste ano, US$ 18,3 bilhões, o que resultava
em um superávit comercial de US$ 14,8 bilhões.
Ex-presidente Lula e o o ex-líder chinês Hu Jintao |
Ou seja, não é viável para o Brasil perder números tão
expressivos, ainda mais quando se leva em conta que a Rússia é o
principal fornecedor de fertilizantes químicos e responde por mais de 60% de
tudo o que o Brasil importa daquele país, ou seja para o Brasil seria quase que
matar o agronegócio brasileiro, principal fonde de renda e responsável por nossas
maiores exportações, seria como matar a galinha dos ovos de ouro do país, a Rússia
é o principal fornecedor destes insumos a todo o planeta.
Como essas sanções afetaria a economia chinesa e junto afetaria o Brasil.
Analisando a situação da China o baque seria ainda maior,
visto que a Rússia é a maior fornecedora de petróleo bruto para o país, além de
gás e carvão que são necessários para geração de energia na China, portanto,
são produtos essenciais para o
desenvolvimento econômico chinês, uma desacelaração da economia chinesa,
novamente afetaria o Brasil, visto que o país asiático é nosso maior parceiro
comercial.
Como essas sanções afetaria a economia indiana e junto afetaria o Brasil.
Outro parceiro de Brics que nem no seu pior pesadelo pode
pensar em impor sanções a Rússia é a Índia, em 2021 os dois países assinaram um
acordo de cooperação militar e técnica até 2031 e uma promessa de aumentar o
comércio anual para 30 bilhões de dólares até 2025, além de negócios envolvendo
os setores de aço, construção de navios, carvão e energia. Além
do acordo para a Índia produzir rifles de assalto AK-203, a Rússia também tem
interesse em continuar a fornecendo sistemas de defesa aérea com mísseis S-400.
O Brasil poderia ser novamente afetado com a desacelaração
da economia russa e principalmente a economia indiana, visto que o Brasil é o
sétimo maior exportador para a Índia, assim como o 18º importador da Índia, especialmente
na movimentação de produtos farmacêuticos.
Putin com Xi Jiping |
Como essas sanções afetaria a economia sul-africana.
Embora a África do Sul não esteja entre os principais parceiros
da economia russa e ocupe a posição de menor PIB entre os participantes do
bloco, a nação africana seria fatalmente atingida por sanções impostas a Rússia,
com cenários muito parecidos ao da economia brasileira.
Como essas sanções afetaria a economia global.
Enxergando a situação de modo global e com os olhos da nova geo política, os Brics
seriam o principal atingido e teriam planos politicos-economicos postergados e
aniquilados por aqueles que sempre tentaram implodir o bloco e voltariam a
sofrer a influência imperialista dos EUA e da União Europeia.
E aqui não se trata de saber se a Rússia está certa ou
errada no conflito com a Ucrânia e longe de mim, tentar fazer essa análise, não
se engane, é dever de dos Brics não aceitar as sanções impostas a Rússia, para
garantir a a própria sobrevivência e um mercado que atualmente responde por
28,2% da economia mundial e transações comerciais que possui cifras consideráveis
capaz de colapsar o mercado global cada vez mais interligado.
Mais do que simplesmente garantir o respeito aos acordos
assinados por essas nações, está a autonomia desse bloco e a relevância
econômica desses países, a morte do Brics afetaria uma população de 3.212.706.794,
em percentual estamos falando de quase 50% da humanidade, é preciso refletir,
vale a pena economicamente para as nações emergentes se colocarem do lado
daqueles que sempre as subjugaram? Creio que por tudo aqui exposto, a resposta
seja bem simples, NÃO, não vale a pena, o melhor é ignorar as sanções e seguir
fortalecendo os Brics.
Texto: Pedro Oliveira.
Edição: Ana Fernandes
Informações: Country economy, El país, Agência Brasil, Plus
cargo,Isto é, Ceiri News, Poder 360, Uol, cepal.org e Inovare pesquisas.
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