Em 2019 o então presidente dos EUA, Donald Trump, pediu ao presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que investigasse se o democrata Joe Biden obstruiu investigações sobre seu filho. O trecho da conversa realizada em 25 julho daquele ano. "Biden se gabou de ter parado a promotoria, então, se você puder investigar... para mim, parece algo horrível", disse Trump, segundo o memorando, conforme noticiou o jornal do comércio.
Mas afinal do que Trump estava falando? Que
investigação seria essa que Biden poderia ter interesse em parar? Explico
logo abaixo.
Antes de explicar isso, preciso esclarecer, que Hunter Biden foi sócio do enteado do ex-secretário de Estado americano, John Kerry, a Rosemont
Capital, um fundo de investimentos que mantém parte de seus ativos em empresas
de gás e petróleo na Ucrânia.
Hunter Biden, filho de Joe Biden, era integrante do
conselho da Burisma, uma empresa de gás ucraniana que rivaliza com estatal russa
o fornecimento de gás para a Europa. Obviamente a Burisma tem interesse em
fornecer uma maior quantidade de gás ucraniano a União Europeia, mas, para que
isso acontecesse, seria necessário que os europeus parassem de comprar gás
russo, como isso iria acontecer?
O primeiro passo seria criar a narrativa de que os russos queriam
confiscar os recursos naturais da Ucrânia e um oleoduto, algo que ficou nítido
na entrevista dada a BBC, Hunter Biden confirmou parcialmente as alegações de Donald
Trump de que ele se beneficiou do nome de sua família quando seu pai era
vice-presidente.
“Eles sabiam que tinham que se
expandir internacionalmente e em outros setores para se diversificar e se
proteger. O nome de Biden é sinônimo de democracia e transparência, por isso
disse que era ouro para eles”
Biden atuou no conselho de administração, ganhando mais de
US$ 50.000 por mês, de 2014 a 2019. Embora nenhuma atividade
criminosa dos Bidens tenha sido comprovada, um alto funcionário do Departamento
de Estado dos EUA expressou preocupação já em 2015 sobre um potencial conflito
de interesses.
A reportagem da RTP, lembra que em setembro de 2020 um
relatório das Comissões do Senado para a Segurança Interna e para as Finanças concluiu
que "Hunter Biden e a sua família estavam envolvidos numa vasta rede
financeira com ligações a pessoas estrangeiras e governos estrangeiros do mundo
inteiro".
A denúncia visava a Burisma. "Hunter Biden e Devon
Archer, em particular, formaram relações financeiras significativas e
consistentes com a oligarca corrupta Mykola Zlochevsky durante o tempo em que
trabalharam para a Burisma e as duas empresas lucraram milhões de dólares com
essa associação enquanto Joe Biden era vice-presidente e a face da
Administração Obama quanto à política ucraniana"
Aliás vale lembrar que em 15 de abril de 2015, Joe Biden
foi a um jantar organizado pelo filho numa sala prive do Café Milano, um
restaurante que se orgulha, com razão, de ser frequentado pelos poderosos de
Washington, estavam presentes homens de negócios da Ucrânia, “Papai estará lá, mas que isso fique entre nós”, escreveu
Hunter em e-mail a um interlocutor, a reportagem de Vilma Gryzinski da revista Veja traz informações sobre o encontro.
Os negócios da família Biden nunca foram esclarecidos de
forma convincente e não existe nada publicamente que garanta que a relação de Hunter
Biden com a Burisma tenha sido finalizada, embora ele tenha deixado o conselho
da empresa, é no mínimo muito estranha a intensidade com que Joe Biden tratou
de se envolver pessoalmente num conflito longe do poder de influência de Whashigton,
mas estranho que isso só a reação desproporcional tomada pelo novo chanceler
alemão, Olaf Scholz, que mesmo dependendo do fornecimento de gás da Rússia,
tratou pessoalmente com Biden e Boris Jhonson de tomar as dores pelo conflito
ao invés de intermediar a paz, algo de seu interesse, já que a Alemanha poderia
ser prejudicada com o corte de gás russo, algo de estranho acontece no momento,
será que todo esse interesse na guerra está de fato em salvar a Ucrânia? Ou
está ligado diretamente aos interesses da família Biden e a Burisma?
Edição: Pedro Oliveira
Reportagem feita com base nas reportagens da BBC, RTP, Jornal do comércio e da
Revista veja
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