Enquanto assistimos as principais ligas esportivas do mundo crescerem e cada vez mais atrair fãs em todo mundo, no Brasil assistimos uma briga entre dois blocos, de um lado a LFF (Liga Futebol Forte) tenta salvar o futebol brasileiro, do outro a Libra tenta a todo custo não só destruir o futebol brasileiro, como eternizar os privilégios de um pequeno grupo.
Para se ter ideia do abismo de desigualdade na repartição das
cotas de TV, basta saber que o Flamengo sozinho, leva mais que a soma de São
Paulo, Palmeiras, Vasco, grêmio e cruzeiro, os rubro negros são responsáveis recebem
uma cota de 160 milhões de reais nos direitos de transmissão, enquanto os
times citados recebem juntos 151,2 milhões, para se chegar a cota do
flamengo, teria que se somar as cotas recebidas por Fortaleza, Ceará, Cuiabá e
Coritiba, juntos os 4 clubes citados recebem 8,8 milhões, pois é, por
mais absurdo que pareça, o time carioca, sozinho recebe o mesmo que 8 clubes
para disputar o mesmo campeonato, pra você isso parece justo?
Se somarmos a dupla, flamengo e Corinthians, os dois ganham juntos 270 milhões de reais, que é superior em 25 milhões a soma de todos os clubes, que juntos chega a 245 milhões.
Para termos uma noção de comparação do
quão tão desigual é isso, na NFL, a maior liga esportiva do mundo, o campeão,
ganha 1,5 vezes mais que os times que não chegaram no playoff e estamos falando
de uma liga que consegue vender seus direitos de transmissão por 10 bilhões de dólares,( 54 milhões de reais) o que deveria ser exemplo para nossos dirigentes cabeças de bagres,
que quanto mais forte e equilibrado for o futebol brasileiro, mais dinheiro e valor
de patrocínio agregará a liga, mas, por enquanto, vale a máxima, pouca farinha,
meu pirão primeiro.
Para se manterem no topo e perpetuarem seu poder os clubes
paulistas e o flamengo simplesmente criaram a liga dos privilegiados, que pretende
manter essa imoralidade, onde os clubes receberiam uma “cota igualitária”, até
aí parece tudo legal, mas, um trecho malandramente planejado, coloca uma verdadeira cama de gato, onde os clubes menores seriam prejudicados,
pois, os clubes com maiores torcidas e ibope de TV chegariam a receber 17 vezes
mais que, por exemplo, o Athletico paranaense.
O fundo Mubadala acenou para essa estrovenga com um aporte
de R$ 4,8 bilhões, por 20% dos direitos de criação da liga dos privilégios aos
times do clube dos 13, porém, obviamente outros clubes como Fortaleza, Atlético
MG, Athletico PR, Internacional e Fluminense discordaram e criaram a LFF (Liga
Futebol Forte) que possui uma distribuição de receita mais igualitária e
conseguiu um acordo com o fundo norte americano Serengeti que cobriu a oferta
do Mubadala, com aporte de quase 5 bilhões, valorizando os clubes injustiçados pela Libra.
A ideia da Libra se assenta no mercado televisivo nacional,
enquanto a LFF pretende ganhar nas transmissões internacionais, algo que clubes
como Corinthians e Flamengo não estão de acordo por um fator que pra eles não é
favorável, o mercado internacional paga cota igual tanto para o Cuiabá como
para os gigantes, pois segundo a dupla isso desvalorizaria a marca de seus
clubes, o que não é verdade, a verdade nua e crua e que por mais que doa em
quem torce esses dois times, é que fora do continente sul-americano, flamengo e Corinthians,
são tão desconhecidos quanto o Ceará, Cuiabá, Fortaleza, Atlético (Go) ou qualquer outro clube brasileiro.
Embora a CBF sinalize que é a favor da criação da liga, a
entidade parece não compactuar com a criação de duas ligas e quer que a mesma
seja unificada, o que parece longe de ocorrer, pela mesquinharia dos grandes
clubes, por outro lado, o fundo Mubadala, parece está disposto a comprar a
briga de seus clientes e patrocinar um “ campeonato nacional” com os 18 clubes
da Libra, ora bolas você chamar de campeonato nacional um torneio Rio X São Paulo
com alguns convidados, parece mais uma gambiarra brasileira.
Por outro lado, a LFF, já sinalizou que caso isso ocorra
criará seu campeonato, com os 26 clubes, aí sim, um verdadeiro campeonato
nacional, pois, teríamos representantes de todas as regiões e igualdade de direitos
de transmissão.
De olho na briga, ESPN, Rede TV, Record, SBT, Band e a Globo,
já procuram os fundos para ver quem leva os direitos de pelo menos uma das
ligas.
De acordo com o Uol, após a assinatura com clubes da LFF o Serengeti, buscou o fundo Mubadala, numa tentativa que ambos pudessem juntos organizar uma liga única, mas, o fundo árabe, parece ser tão arrogante quantos os dirigentes da Libra e sequer aceitaram ouvir a proposta.
Ao que tudo indica, poderemos não ter liga alguma ou duas
ligas, no caso de nenhuma e o controle continue com a CBF, podemos culpar os
mesmos clubes que em 1987 criaram um racha na CBF e organizaram a fatídica copa
união, que até hoje, fazem Sport e Flamengo discutirem quem de fato é o campeão
brasileiro daquele ano.
Por outro lado, a criação de duas ligas, poderia num futuro
um pouco distante, nos premiar com um “super bowl” do futebol brasileiro, mas, até
lá a Libra é a liga que quer destruir o futebol brasileiro em nome do
privilégio e das regalias de Flamengo e Corinthians.
O mais absurdo disso tudo é times como Sampaio Correa, Vitória,
Bahia, Grêmio e Cruzeiro, preferirem tomar na tarraqueta, para manter no topo
aqueles que sempre lhes negaram uma fatia justa do bolo.
Francamente, torço que a LFF se der bem e que a Libra se afogue
no mar de sua ambição, novos tempos estão chegando e o futebol deixará de ser
apenas o eixo tão agraciado durante anos pela rede globo, em detrimento de todo
o futebol nacional.
Da redação.
Texto e Edição: Pedro Oliveira
Informações: GZH, Espn, Lance, Uol e folha de São Paulo.
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